1. Você só recebe 7 meses de salário por ano
É
isso aí: 5 dos seus 12 salários nunca chegam ao seu bolso. Vão
inteirinhos para o governo. Um brasileiro que ganha R$ 3 mil por mês
destina 40,98% desse dinheiro para pagar impostos e contribuições que
incidem sobre a renda (como IRPF e INSS), o consumo (ICMS, PIS, COFINS,
ISS...) e o patrimônio (IPVA, IPTU, ITR...). O cálculo é do Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Entre os países
analisados, só a Suécia impõe uma carga tributária maior. "A diferença é
que a Suécia oferece serviços públicos de qualidade", diz João Eloi
Olenike, presidente do IBPT.
2. Comer pão torrado é perigoso
Quando
alimentos ricos em amido, como pão e batata, são expostos a
temperaturas altas, acima de 120 graus, produzem acrilamida: um composto
que está relacionado à incidência de câncer. Os estudos com a
substância foram realizados em ratos, e não há provas conclusivas de que
ela provoque tumores em humanos. Mas a acrilamida é considerada uma
questão séria pela OMS e pelas autoridades de saúde da Europa e dos EUA,
onde até já surgiu uma solução tecnológica para o problema: uma enzima
artificial, desenvolvida pela empresa de biotecnologia Novozyme, que
poderá ser adicionada às batatas durante a fritura e reduz em 50% a
formação de acrilamida. Enquanto ela não chega ao mercado, a
recomendação é evitar que a comida seja exposta a altas temperaturas.
Regule a torradeira para a potência mínima, e não deixe a batata fritar
até ficar amarronzada. "Os alimentos que adquirem um tom escuro ou que
queimam durante o preparo têm mais chance de conter acrilamida", diz o
médico nutrólogo Maximo Asinelli.
3. Coca e Pepsi contêm um ingrediente polêmico
Segundo
estudos publicados em 2007 pelo governo dos EUA, a substância metil
imidazol (4-MI) está ligada ao aumento no risco de câncer. Ela é
utilizada na fabricação de medicamentos, tintas e produtos agrícolas e
também está presente em alguns refrigerantes - pois é um subproduto do
corante caramelo IV, usado em bebidas. Segundo uma análise do Centro
para a Ciência no Interesse Público (CSPI), dos EUA, uma lata de Coca-Cola
brasileira tem 267 microgramas de 4-MI. É 66 vezes mais do que a Coca
da Califórnia - e 9 vezes acima do limite estabelecido pelo governo de
lá. Dos 9 países estudados pelo CSPI, o Brasil é líder no uso da
substância, também encontrada na Coca Diet, na Pepsi e na Pepsi Diet.
A Coca-Cola
nega qualquer risco, mas decidiu mudar sua fórmula, na Califórnia, para
diminuir o 4-MI e satisfazer a lei. No Brasil, a fórmula não será
alterada. A empresa diz que o uso do corante observa os critérios da
Anvisa e não traz risco. "A quantidade de 4-MI ingerida pelo consumo de
refrigerantes não é significativa", afirma. A PepsiCo também diz que não
há problema. "Não há evidência científica de que o composto 4-MI em
alimentos ou bebidas traga risco", afirma. A Anvisa segue a mesma linha.
"O consumo diário de 1 litro de refrigerante de cola resultaria na
ingestão de 1,2% do total aceitável para um adulto." Ou seja: você teria
de beber 83 litros de refrigerante por dia para passar do limite
seguro. O governo da Califórnia não concorda, alegando que os efeitos do
4-MI ainda não são plenamente compreendidos. A Food & Drug
Administration, do governo dos EUA, diz que os refrigerantes são
seguros. Mas aceitou analisar uma petição do CSPI, que pede o banimento
da substância.
4. Há pedaços de inseto na sua comida
É
praticamente inevitável que, ao longo de todas as etapas de produção de
um alimento industrializado (colheita, processamento, embalagem, etc),
ele acabe sendo contaminado por fragmentos de inseto. Tanto é que, no
ano passado, a Anvisa publicou uma Consulta Pública para debater limites
toleráveis para eles. O documento sugere o seguinte: máximo de 10
fragmentos de inseto a cada 100 g de molho de tomate ou 100 g de
chocolate, e até 60 pedaços de inseto em 25 g de café torrado. O padrão
ainda está sendo estudado. "Hoje, a legislação brasileira não aceita
nenhum pedaço de inseto na comida", informa a Anvisa. Mas os insetos na
comida são uma realidade - e você já deve ter ingerido centenas de
fragmentos deles sem saber.
5. O chocolate corre risco de extinção
O
problema está no solo da África, que responde por 72% da produção de
cacau mundial. O cacaueiro gosta de crescer em florestas, à sombra de
árvores mais altas. Mas os produtores estão derrubando as outras
espécies para plantar só cacau. Com isso, a curto prazo a colheita
aumenta, mas o solo fica ressecado e erodido pela ação direta do sol.
"Em 20 anos, o chocolate vai ser como o caviar: tão raro e caro que as
pessoas não vão poder comprar", diz John Mason, diretor do Centro de
Pesquisas sobre Conservação da Natureza (NCRC), sediado em Gana, segundo
produtor mundial de cacau.
1º Costa do Marfim - 1 350
2º Gana - 970
3º Indonésia - 500
4º Nigéria - 210
5º Camarões - 200
6º Brasil - 180*
*Embora seja grande produtor, o Brasil precisa importar cacau.
Fonte www.icco.org
6. Quanto mais religioso você é, menos age por compaixão
As
religiões pregam a compaixão com o próximo. Mas, na prática, quem é
religioso não liga muito para a compaixão. Isso foi constatado por um
estudo da Universidade de Berkeley, nos EUA, que analisou a vida e os
hábitos de 1 337 pessoas adeptas de vários credos. As pessoas menos
religiosas se guiavam principalmente pela compaixão quando faziam algum
ato de caridade - como oferecer o assento do ônibus a um estranho, por
exemplo. Já entre os mais devotos, era diferente. "Os mais religiosos
baseiam sua generosidade em outros fatores, como a doutrina e a
reputação ante os membros da comunidade", diz o sociólogo Robb Willer,
autor do estudo.
A tese de Willer foi comprovada por outro
estudo, em que 210 estudantes de diversas religiões, classes e etnias
participaram de um jogo. Cada um recebeu uma quantidade de pontos que
poderiam ser trocados por dinheiro. E decidia se compartilhava os pontos
ou guardava para si. Resultado: entre os menos devotos, a compaixão
pesou muito nas atitudes em favor do grupo. Já entre os devotos, a
compaixão quase não influiu - eles sempre doavam valores parecidos,
independentemente dos sentimentos que tinham em relação aos demais
participantes.
7. Madonna não canta, dubla e vários outros artistas também
Não é papo de crítico. Quem acusa Madonna
de enganar os fãs no palco é o rival Elton John. A última alfinetada
foi em janeiro, antes da performance da Material Girl no Super Bowl
americano. "Não deixe de sincronizar bem os lábios", ironizou ele. No
show que fez em Ramat Gan, Israel, no dia 31 de maio, Madonna
foi flagrada várias vezes fazendo exatamente isso. Ela chegava a sair
do palco para trocar de roupa enquanto as canções continuavam rolando. O
playback é mais comum do que se imagina. Os britânicos do Bloc Party,
por exemplo, deram vexame no MTV Vídeo Music Brasil de 2008. O vocalista
escorregou no palco, mas a música seguiu rolando solta. A cantora Katy
Perry já fingiu até que sabia tocar flauta. E foi vaiada quando tirou o
instrumento da boca sem saber que o solo continuava. Rihanna e Britney
Spears também abusam de truques assim. Afinal, se até Madonna pode...
8. Um terço dos cientistas mente
Eles
mesmos admitiram isso, numa pesquisa realizada em 2005 pela revista
Nature. De 3 247 cientistas, 33% confessaram (anonimamente) que fizeram
pelo menos uma coisa antiética ao elaborar seus estudos. Por exemplo:
1,5% cometeu plágio, 15,5% adulteraram o método ou os resultados do
estudo, e 12,5% usaram dados que sabidamente não eram confiáveis. E na
maioria dos casos, é de propósito mesmo. Em 2010, o biólogo americano
Grant Steen analisou 788 retratações que tiveram de ser publicadas
devido a erros ou fraudes em artigos científicos. "Cerca de 53% dos
artigos fraudulentos foram escritos por fraudadores reincidentes",
afirma Steen. E os pesquisadores mentirosos costumam se associar uns aos
outros. "Eles tendem a colaborar com cientistas que também se
retrataram por outros trabalhos."
9. O salmão que você come nem sempre é salmão
Pode
ser outra coisa: truta salmonada. A truta e o salmão integram a família
dos salmonídeos e têm gosto bem parecido - só que a truta é mais
barata. Por isso, há produtores que dão às trutas uma ração aditivada
com corante, para que elas fiquem rosadas, visualmente idênticas ao
salmão. Se a truta for consumida na forma de sushi, cortada e misturada
com shoyu, é muito difícil notar diferença no sabor. O próprio salmão
também é alimentado com corantes - porque, como é criado em cativeiro,
não tem acesso aos crustáceos dos quais se alimenta na natureza, e que
dão a ele sua cor rosada natural. "Os criadores colocam na ração os
pigmentos astaxantina e cantaxantina, que podem ser sintéticos ou
extraídos de algas", afirma o engenheiro de alimentos Cláudio Lima.
O
mundo dos peixes, aliás, está cheio de pegadinhas. O linguado
geralmente não é linguado, e sim merluzão, e o badejo na verdade é
abadejo - mais barato e importado da Argentina. "Os restaurantes fazem
de tudo, pois ninguém sabe o que come", revela o chef de um restaurante
de São Paulo, que prefere não se identificar. "Tem um peixe chamado
abrótea que pode ser salgado para parecer bacalhau. O processo de
preparo é o mesmo. Se você encontrar um prato a R$ 20 e outro a R$ 80,
saiba que o mais barato não é bacalhau." A abrótea vive no Atlântico Sul
- bem longe da Noruega, lar do bacalhau.
10. A Rússia tem 42 cidades secretas
Juntas,
elas têm 1,5 milhão de habitantes. Mas não apareciam no mapa até o
final dos anos 1980. Hoje sua existência é conhecida - mas só se entra
lá com autorização do Ministério da Defesa ou da Agência de Energia
Atômica da Rússia. Conheça as principais:
1. NOME: kraznoznamensk.
Fica
a apenas 40 km de Moscou. Tem 36 mil habitantes. Abriga um centro de
controle de satélites, e trabalha ajudando a coordenar a Estação
Espacial Internacional.
2. NOME: OZYORSK
Com 82 mil
habitantes, teve o acesso restringido durante a Guerra Fria por ser
próxima a Mayak - onde havia uma usina de plutônio. Hoje, recicla
material radioativo do arsenal soviético.
3. NOME: Vilyuchinsk.
Foi
fundada em 1968 para construção de submarinos militares e vive disso
até hoje. Ganhou duas igrejas nos anos 1990 e possui 23 mil habitantes
(1 000 a menos que em 2002).
11. A carne de boi é feita com cocô
Os
galpões de criação de aves são forrados com serragem, sabugo de milho
triturado, feno e casca de arroz. Essa mistura, chamada de "cama de
frango", fica cheia de fezes, bactérias, penas e resíduos de
medicamentos. E era usada para alimentar o gado no Brasil até 2004. "A
prática foi proibida porque o gado poderia se infectar com os príons:
proteínas ligadas à encefalopatia espongiforme bovina - a doença da vaca
louca", diz Gerson Scheuermann, da Embrapa. Nos EUA, contudo, a prática
é permitida. E pior ainda. Lá, as aves comem olho, cérebro e intestino
de boi - que acabam sendo ingeridos, junto com fezes, pelos próprios
bois. "Isso completa o ciclo dos príons, e causa a doença", diz o médico
americano Michael Greger.
12. Impressora a laser polui o ar
O
alerta é de Lidia Morawska, cientista da Universidade de Queensland,
Austrália, e uma das maiores especialistas do mundo em qualidade do ar.
Ela testou 62 modelos de impressoras a laser e constatou que 17, das
marcas HP e Toshiba, emitiam alta quantidade de partículas ultrafinas -
que podem ser inaladas e causar problemas respiratórios e cardíacos,
além de tumores. Ainda não se conhece bem a composição dessas
partículas. Uma hipótese é que sejam formadas pela evaporação de
compostos do toner (tinta da máquina), que é submetido a altas
temperaturas. A emissão varia conforme o modelo. A HP 4250n, por
exemplo, emite muito, enquanto a 2200DN, da mesma marca, não emite quase
nada. A HP diz que não há indicações de que as partículas tragam risco,
e que mais estudos são necessários. "Testes vigorosos são parte
integral das pesquisas da HP e de seus procedimentos de controle de
qualidade."
13. É seguro usar o celular no avião
Tanto
que várias companhias já permitem o uso, e seus aviões não caem por
isso. Uma possível explicação para o banimento está na rede de
telefonia. O avião voa muito alto, a 12 mil metros, e muito rápido (900
km/h). Se você ligar um celular dentro dele, o sinal irá se espalhar por
longas distâncias, o que é ruim. "O celular usado no avião pode se
comunicar com várias torres de telefonia [ao mesmo tempo],
congestionando a rede", esclarece a fabricante de sistemas aeronáuticos
Honeywell. Nos aviões onde o celular é permitido, há um equipamento que
intercepta o sinal e o redireciona para um satélite, evitando
interferências.
14. O iPhone tem data para pifar - e as lâmpadas também
Segundo
a Apple, a bateria do iPhone aguenta aproximadamente 400 ciclos
completos de carga e descarga. A partir daí, ela começa a perder
desempenho até, eventualmente, pifar. Isso é uma consequência natural e
inevitável, pois os materiais empregados na bateria (tanto a da Apple
quanto as dos demais fabricantes) se desgastam com o uso. O problema é
que, como a bateria do iPhone não é removível, o usuário é obrigado a
enviar seu iPhone para a assistência técnica se quiser trocá-la. E aí
vem a surpresa: nos EUA, essa substituição custa US$ 80 - quase o preço
de um iPhone novo, que lá custa de US$ 99 a US$ 199 (com os subsídios
fornecidos por operadoras). Acaba compensando mais comprar um aparelho
novo, mais moderno, e simplesmente jogar fora o antigo. Ou seja: na
prática, o iPhone já sai de fábrica com uma data de morte.
As
lâmpadas incandescentes também. Elas duram em média 1 000 horas, mas
poderiam durar muito mais. Isso só não acontece devido a um acordo
celebrado entre os 7 maiores fabricantes de lâmpadas do mundo - que na
década de 1920 decidiram limitar a durabilidade do produto para vender
mais. Os fabricantes cujas lâmpadas fossem consideradas excessivamente
duráveis, inclusive, tinham de pagar multas ao grupo. A manipulação foi
comprovada por uma investigação feita pelo governo inglês nos anos 1950.
Mas, até hoje, a vida útil das lâmpadas se mantém em torno de 1 000
horas.
15. O iPhone grava os lugares onde você esteve
Os
dados ficam armazenados num arquivo e são transferidos para seu
computador quando você o sincroniza com o iPhone. "Não há evidência de
que a informação seja transmitida para a Apple. Mas qualquer pessoa que
tenha acesso ao seu computador pode acompanhar os seus movimentos" e
saber onde você estava, minuto a minuto, diz o especialista em segurança
Pete Warden, que é ex-funcionário da Apple e revelou o segredo.
A Apple diz que o iPhone não fica vigiando o usuário, e que o suposto
rastreamento é apenas uma maneira de aumentar a precisão do GPS - que só
opera com o consentimento da pessoa. "O iPhone mantém um banco de dados
com a localização de hotspots Wi-Fi e torres de celular, para ajudar a
calcular sua localização de forma rápida e precisa quando solicitado",
afirma a empresa.
16. Existe lixo radioativo em São Paulo
Cerca
de 80 toneladas de areia com metais pesados estão num terreno da
avenida Miguel Yunes, 115, em Interlagos, na zona sul da capital. E uma
pequena parte contém materiais radioativos: urânio e tório. Esse
material sobrou da Usina de Santo Amaro (Usam), que funcionava em São
Paulo e foi fechada em 1992.
A história começa com a Nuclemon
(Nuclebrás de Monazita e Associados), uma estatal criada nos anos 1970 e
ligada ao programa nuclear brasileiro. Ela controlava a Usina de Santo
Amaro, onde eram produzidas as chamadas "terras raras" - minerais usados
para fabricação de produtos eletrônicos, computadores, ímãs e mísseis,
por exemplo. A matéria-prima da usina era a chamada areia monazítica,
que era extraída do litoral norte do Estado do Rio e levada até a Usam
para processamento. Essa areia contém 4 minerais: ilmenita, zirconita,
rutilo e monazita. Os três primeiros não são radioativos e têm aplicação
na indústria de metalurgia e cerâmica. Já a monazita, além de possuir
60% de terras raras em sua composição, contém tório (5%) e urânio
(0,2%).
A usina processou centenas de toneladas de areia
monazítica até fechar. O que fazer com os resíduos da Usam? O plano era
enviá-los a um depósito em Caldas, Minas Gerais. Mas só parte do
material chegou até lá. É que o então governador mineiro, Itamar Franco,
proibiu o transporte do lixo radioativo para seu Estado. Assim, a outra
parte das areias foi jogada no terreno de Interlagos, onde funcionava a
Usin (Usina de Interlagos). E lá permanece até hoje.
Atualmente,
o solo está sendo descontaminado pelas Indústrias Nucleares do Brasil
(INB), uma empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Os
rejeitos radioativos estão sendo colocados em bombonas (tambores de
plástico resistentes e herméticos) dentro de um galpão de 2 250 m2 que
foi construído no próprio terreno. Segundo a INB, eles somam até agora
menos de 10 toneladas. E de lá irão para um depósito final, cuja
localização ainda será determinada pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN). Já a terra contendo minerais pesados está sendo estocada
em pilhas na superfície do terreno para futura transferência à unidade
de beneficiamento de minerais pesados em Buena, localizada na região de
Campos, no Rio de Janeiro.
A INB afirma que sua intenção é
transportar tudo para Caldas, mas isso requer um processo de
licenciamento complexo. O material vai ter de passar por muitos
municípios, e alguns deles não liberam o acesso. Por isso, as
negociações são longas. Segundo Valter Mortagua, coordenador da unidade
de São Paulo da INB, o trabalho de descontaminação do terreno também é
meticuloso e demorado - o que torna difícil prever uma data para o fim
das tarefas. "Os materiais estocados na Usin não colocam em risco a
saúde da população", diz Mortagua.
17. Os EUA possuem vírus que podem devastar o mundo
A
varíola matou 300 milhões de pessoas no século 20 até ser erradicada
com campanhas de vacinação. O último caso foi registrado em 1977, na
Somália. Mas o micro-organismo por trás da doença, do gênero
Orthopoxvirus, continua muito bem, obrigado. "A varíola ainda é uma
ameaça para o mundo inteiro. Os EUA e a Rússia guardam estoques do vírus
congelado desde a Guerra Fria", diz Steven Block, biofísico da
Universidade de Stanford e um dos maiores especialistas mundiais em
bioterrorismo. O arsenal americano é mantido no Centro para Controle e
Prevenção de Doenças, em Atlanta. Uma eventual liberação do vírus, por
acidente, terrorismo ou guerra, poderia ter consequências terríveis -
porque a vacinação em massa contra varíola foi interrompida há mais de
30 anos (e também porque, para manter a eficácia, ela teria de ser
reaplicada a cada 10 anos).
Os EUA também cultivam organismos
ainda mais perigosos, como o vírus ebola e a bactéria Bacillus anthracis
(antraz), ambos altamente letais.
O propósito oficial é
desenvolver vacinas contra eles. Mas algo sempre pode dar errado. Em
setembro de 2001, um terrorista obteve esporos de antraz - um pó branco,
que ele enviou pelo correio para alguns políticos e jornalistas
americanos, gerando pânico no país. Segundo uma investigação do FBI, o
antraz usado nos ataques teria sido roubado de um laboratório do governo
americano por Bruce Ivins, cientista que tinha acesso a esse material.
Ivins acabou se suicidando em 2008.
18. Vitamina aumenta risco de câncer em fumantes
Você
fuma, se alimenta mal, e aí decide consumir um suplemento vitamínico
para tentar compensar esses maus hábitos? Cuidado. A maioria dos
comprimidos multivitamínicos contém betacaroteno, um pigmento laranja
que é convertido em vitamina A pelo organismo. E ele pode ser perigoso
para quem fuma. Cientistas da Universidade do Sul da Flórida analisaram
os hábitos de 109 mil americanos que ingeriram de 20 a 30 mg de
betacaroteno por dia e constataram que, entre os fumantes, o suplemento
estava associado com aumento no risco de câncer de pulmão. Em suma: se
você fuma, não tome multivitamínicos com betacaroteno. Ou, melhor ainda,
pare de fumar.
19. Adoçante artificial engorda mais que açúcar
A
evolução condicionou nosso corpo a esperar uma dose de energia sempre
que ingerimos algo doce. Quando tomamos um suco de laranja, por exemplo,
nosso organismo sabe que está ingerindo algo bastante calórico (140
kcal por copo). Mas quando tentamos enganá-lo com adoçante, geramos um
curto-circuito: o organismo não obtém as calorias que esperava - e
dispara uma vontade de comer mais. Ou seja: mesmo sendo menos calóricos,
os adoçantes têm um efeito colateral que faz o indivíduo engordar. Foi
assim com ratos testados por psicólogos da Universidade Purdue, nos EUA.
"Os animais alimentados com iogurte adoçado com sacarina ganharam mais
peso que os do grupo que comeu iogurte com açúcar", diz Susan Swithers,
autora do estudo.
20. Soja pode causar infertilidade
A
soja é um alimento saudável, que traz vários benefícios. Mas também
pode trazer um malefício: reduzir a concentração do esperma. É o que
indica um estudo feito pela Universidade Harvard, nos EUA. Os 99
participantes informaram a quantidade de produtos de soja, como tofu,
hambúrguer e leite, que haviam consumido nos 3 meses anteriores. "Os
homens que ingeriram ao menos meia porção desses alimentos por dia
tiveram as mais baixas quantidades de espermatozoides", diz Jorge
Chavarro, líder do estudo. Motivo: a soja é rica em isoflavona, uma
substância que imita a ação do hormônio feminino estrogênio - e que, nos
homens, tem sido associada a transtornos reprodutivos. "Nas mulheres,
as isoflavonas poderiam ampliar o ciclo menstrual, mas as implicações
sobre a fertilidade ainda não são claras", diz Chavarro.
Segundo a
Associação Brasileira dos Produtores de Soja, os benefícios ou
malefícios do consumo dos produtos feitos com soja dependem de diversos
fatores, como a idade e o peso da pessoa. A entidade também ressalta as
vantagens econômicas da produção desse alimento, que é acessível para a
maioria da população. "A soja é a proteína mais barata", diz Glauber
Silveira, presidente da associação. O assunto está longe de ser um
consenso entre os cientistas. "Não há relação entre o consumo de soja e
infertilidade em homens", diz José Marcos Gontijo Mandarino, pesquisador
da Embrapa Soja. Segundo ele, os estudos atuais não fornecem evidências
definitivas de que o consumo diário de isoflavonas da soja tenha
impacto sobre o sistema reprodutivo.
21. Os médicos não lavam as mãos
Higiene
é fundamental, ainda mais em um hospital. Mas os profissionais de saúde
não levam a prática muito a sério. "Nós estimamos que, para cada 100
vezes que o médico deveria higienizar as mãos, ele só faz isso 36 a 40
vezes", diz Marcos Antonio Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI). E não é só no Brasil. Um estudo do médico Didier
Pittet, da Universidade de Genebra, afirma que os médicos lavam as mãos
apenas na metade das vezes que deveriam. E isso ameaça a saúde dos
pacientes. "Se fossem seguidas todas as medidas adequadas, como lavar as
mãos, isolar o doente e usar equipamentos de proteção, conseguiríamos
reduzir de 30% a 40% a taxa de infecção hospitalar", afirma Cyrillo.
22. Há remédios na água que você bebe
Quando
você ingere um medicamento, até 70% da dose é desperdiçada:
simplesmente não é aproveitada pelo organismo, e sai na urina e nas
fezes. Junto com elas, o medicamento vai embora pela privada. O problema
é que os sistemas de tratamento de água não estão equipados para
retirar as moléculas dos remédios - que acabam contaminando rios, lagos e
reservatórios, até retornar à sua torneira. Ou seja: junto com a água,
você bebe medicamentos que foram excretados por outras pessoas. São os
chamados poluentes emergentes. "A concentração dessas substâncias na
água é muito pequena: algo como 1 em 1 trilhão, menos que 1 gota numa
piscina olímpica", diz José Carlos Mierzwa, professor de engenharia
ambiental da USP. "No entanto, estudos feitos na Europa e nos EUA
indicaram que espécies de peixes e répteis já tiveram alterações em seu
sistema endócrino." No Reino Unido, peixes machos expostos a hormônios
presentes em anticoncepcionais passaram a ter características femininas.
Ou seja: há uma ligação entre a presença de resíduos de medicamentos na
água e problemas de saúde em animais. "Existe um risco potencial para
os humanos, e por isso precisamos de mais estudos", afirma Mierzwa.
A
Sabesp diz que a água fornecida por ela atende à legislação e aos
padrões do Ministério da Saúde, e que ainda não há provas científicas
suficientes sobre a relevância dos poluentes emergentes. "Além de
acompanhar a evolução dos estudos, a Sabesp financia pesquisas na área.
Se riscos à saúde humana forem comprovados, certamente outros
regulamentos serão expedidos pelo Ministério da Saúde e atendidos pela
Sabesp."
1. Torneira - Você bebe água.
2. Remédio - Você toma um comprimido de medicamento.
3. Banheiro - Você urina - e excreta resíduos do remédio.
4.
Represa - Junto com a urina, o medicamento vai parar em represas e
estações de tratamento de água - que não conseguem eliminá-lo.
5. Retorno - Resíduos do medicamento voltam a você, pela torneira.
23. Existe uma máquina que controla a atmosfera
É
o HAARP (Programa de Investigação de Alta Frequência da Aurora), uma
instalação no Alasca com 180 antenas e 360 transmissores de rádio. Essa
máquina emite ondas eletromagnéticas que são absorvidas a 150 km de
altitude, alterando o comportamento dos elétrons dessa camada da
atmosfera. O Pentágono, que é dono do aparelho, afirma que o objetivo é
estudar as propriedades da ionosfera "para melhorar os sistemas de
comunicação e vigilância (de uso civil e militar)". Mas o programa tem
inspirado teorias da conspiração de todo tipo - inclusive que estivesse
relacionado ao tsunami no Japão, em 2011. Bobagem. O mais provável é que
o verdadeiro objetivo dos EUA seja se proteger de um eventual ataque
nuclear da Coreia do Norte. Se os norte-coreanos detonarem uma bomba
atômica na ionosfera, os elétrons que viajam livres nessa zona poderiam
queimar a rede de satélites dos EUA. Nesse caso, o HAARP poderia servir
como uma espécie de escudo, barrando os elétrons. Mas isso é apenas
especulação.
24. O Facebook deixa você menos feliz
Após
ver as fotos e as conquistas dos outros, você se sente mal, como se a
vida deles fosse muito melhor que a sua. Isso gera uma percepção
distorcida - e faz com que os usuários muito assíduos do Facebook sejam,
na média, menos felizes. "As pessoas apresentam uma imagem editada e
perfeita de si mesmas nas redes sociais. Parece que nunca têm um dia
ruim", diz Sherry Turckle, professora de estudos sociais no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT). E a percepção distorcida continua
mesmo quando você não está usando o Facebook. Psicólogos da Universidade
Stanford, nos EUA, pediram que 80 estudantes avaliassem as emoções de
seus colegas durante duas semanas. Na média, os voluntários subestimaram
a tristeza e superestimaram a alegria de seus amigos. "É razoável supor
que postar no Facebook, onde as pessoas têm completo controle sobre a
imagem que projetam, possa contribuir para esses erros de percepção
emocional", diz o psicólogo Alexander Jordan, um dos autores da
pesquisa. Mas as redes sociais também podem provocar o efeito contrário -
e melhorar a vida de quem as usa. Existem estudos comprovando que
Facebook, Twitter e similares aproximam as pessoas e ampliam seu círculo
de relacionamentos. Uma pesquisa da Universidade de Toronto constatou
que hoje as pessoas têm mais amigos (reais) do que há 10 anos. E quem
mais se beneficia desse fenômeno é justamente quem fica bastante tempo
no Facebook e nas outras redes - e, por conta disso, tem 38% mais amigos
do que uma década atrás.
25. Fazer exercício não é a maneira mais eficaz de emagrecer
Exercício
é fundamental para a saúde. Mas, se o único objetivo é perder peso,
malhar não é necessariamente a melhor resposta. É uma questão de
matemática. Os alimentos modernos são muito calóricos, e por isso
precisamos nos exercitar muito para queimar a energia que adquirimos
comendo. Você tem de correr 1,5 km para queimar as calorias presentes em
um reles brigadeiro. E precisa suar quase uma hora na bicicleta para
compensar um pedaço de empadão de frango (cerca de 300 calorias).
Controlar a própria alimentação é mais fácil, e mais rápido, do que
enfiar o pé na jaca e tentar compensar tudo na academia. Mesmo porque
quem se exercita tende a acabar comendo mais. Cientistas da Universidade
de Ottawa, no Canadá, monitoraram 13 mulheres jovens após sessões de
academia. Em média, elas ingeriram 878 calorias - o equivalente a um Big
Mac com fritas médias - na hora seguinte a um exercício intenso (correr
na esteira), o que anulou a quantidade de calorias que elas haviam
queimado durante o exercício.
fonte: editora abril....
por Eduardo Szklarz e Bruno Garattoni
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Coisas que estão escondendo de você.
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