
Matéria da Reuters publicada no Estadão
O papa Bento 16 disse nesta segunda-feira, 9, que o casamento
homossexual é uma das várias ameaças atuais à família tradicional, pondo
em xeque “o próprio futuro da humanidade”.
Segundo Bento 16, a educação das crianças precisa de “ambientes”
adequados, e “o lugar de honra cabe à família, baseada no casamento de
um homem com uma mulher”.
“Essa não é uma simples convenção social”, disse o papa, “e sim a
célula fundamental de cada sociedade. Consequentemente, políticas que
afetam a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da
humanidade”.
Em vários países – principalmente no mundo desenvolvido -,
autoridades eclesiásticas católicas protestam contra iniciativas
voltadas para a legalização do casamento gay. Nos EUA, um dos principais
paladinos dessa causa é o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que
será sagrado cardeal pelo papa em fevereiro.
Numa recente carta, Dolan criticou o presidente Barack Obama por sua
decisão de não apoiar uma proibição federal ao casamento homossexual, e
alertou que essa política pode “precipitar um conflito nacional de
enormes proporções entre a Igreja e o Estado”.
A Igreja Católica, que tem 1,3 bilhão de seguidores no mundo, prega
que as tendências homossexuais não são pecado, mas que os atos
homossexuais são, e que as crianças devem crescer em uma família
tradicional, com um pai e uma mãe.
“A unidade familiar é fundamental para o processo educacional e para o
desenvolvimento dos indivíduos e Estados; daí a necessidade de
políticas que promovam a família e auxiliem na coesão social e no
diálogo”, disse Bento 16 a diplomatas.
O casamento gay já é legal em vários países europeus, como Espanha e
Holanda. Algumas religiões que autorizam o casamento gay e a ordenação
de mulheres e homossexuais como clérigos têm perdido fiéis para o
catolicismo, e o Vaticano já tomou medidas para facilitar tais
conversões.
Em 2009, Bento 16 decretou que os anglicanos que se converterem ao
catolicismo podem manter uma hierarquia paralela, preservando parte das
suas tradições. Grande parte dessa migração do anglicanismo para o
catolicismo envolve fiéis que consideram a Igreja Anglicana liberal
demais.
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